Confira a opinião do especialista em segurança da informação, Edison Fontes, sobre: "O maior vazamento de dados da história do Brasil”
No país, 223 milhões de registros de brasileiros tiveram seus CPFs vazados, alguns com informações mais detalhadas, como telefone, salário, endereço. O número é maior que a população do Brasil porque envolve até dados de pessoas que já morreram. Não se sabe por quanto tempo as informações ficaram disponíveis ilegalmente, nem quantas vezes foram compartilhadas e vendidas.
Sobre o vazamento, Edison Fontes, sócio da Núcleo e especialista em segurança da informação disse que “as notícias indicam que são dados de uma empresa de serviços de análise de crédito e perfil financeiro, em função das características de tipos de dados que coincidem com serviços prestados por este tipo de organização. Elas negam, mas não basta negar. Pela LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados o ônus da prova é da empresa. Entendo que é simples. Basta pegar uma amostra e bater com os dados das empresas na época, que segundo informações são de agosto de 2019”.
A Polícia Federal abriu inquérito e está fazendo cruzamento de dados para tentar chegar aos autores do vazamento. Os policiais já começaram a planejar os primeiros depoimentos para confrontar versões e ouvir suspeitos.
“Este fato tem que ser investigado, os responsáveis punidos e todos nós Titulares de Dados Pessoais devemos receber uma satisfação. A ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados não pode multar, mas pode exigir o cumprimento dos controles da lei. A ANPD não pode ficar em silêncio. Órgãos de defesa do consumidor já estão se movimentando e espero que o Ministério Público do Distrito Federal também tome as medidas cabíveis. Além disso, os titulares (pessoas), se prejudicados, podem exigir indenização por negligência com a guarda de dados pessoais”, complementou Fontes.
“Isso fica de lição para todas as empresas, é necessário ter segurança da informação adequada ao seu negócio e porte, possibilitando a conformidade com a LGPD. Aviso aos navegantes: a LGPD está em vigor e os gestores das empresas são os responsáveis para a conformidade com a lei”, alertou.