Quem dirige carro perde três vezes o seu tempo, afirma ciclista - NetSeg

Quem dirige carro perde três vezes o seu tempo, afirma ciclista

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O ciclista Emmanuel Favre-Nicolin afirma que os motoristas de carro têm pelo menos três formas de perder tempo no trânsito do que se utilizassem a bicicleta. O engarrafamento, o tempo de trabalho para quitar um automóvel e a não melhoria da condição física, segundo ele, são fatores que contribuem para isso. O motorista de carro, afirma, fica obrigado a encontrar outro momento do seu dia para se exercitar.

Com muito trânsito, disse Emmanuel, a situação pode até melhorar para os ciclistas, já que é possível andar em grandes avenidas onde não há ciclovias, com maior segurança e sem a exigência do uso de rotas alternativas, que geralmente representam caminhos um pouco mais longos.

“Fica difícil avaliar a velocidade média quando a gente fica preso em engarrafamento. Não ando só de bicicleta, também uso o carro nos dias em que não consigo atingir meu local de trabalho de bicicleta, ou seja, duas ou três vezes por semana. Percebi que minha média oscilava entre 21 e 27 km/h quando eu me desloco para o trabalho, passando pelo Centro de Vitória. Minha média de bicicleta híbrida está em torno de 20 km/h e não depende do trânsito”, contou ele.

Para o ciclista, o conceito mais interessante sobre o tema é a teoria da velocidade generalizada. Ela prevê que o cidadão utilize além do tempo para se deslocar, o tempo para cobrir todas as despesas do meio de transporte utilizado. Na prática, a conta permite calcular, pelo salário a hora do cidadão e a distância percorrida até o trabalho, qual seria o transporte mais satisfatório. 

“É possível mostrar que as velocidades generalizadas são de no máximo 14 km/h para bicicleta e carros, mesmo para quem tem um salário-hora alto, ou seja, a velocidade generalizada para uma bicicleta é tipicamente da mesma ordem de grandeza do que a velocidade generalizado de um carro. Ou seja, não se perde tempo de bicicleta”.

Segundo ele, as pessoas utilizam justificativas para não andar de bicicleta pela cidade de Vitória, como a insegurança (falta de ciclovias), o calor e, sobretudo, a perda de tempo que o transporte não motorizado poderia gerar ao dia a dia do cidadão. “Há rotas seguras que nos permitem atravessar Vitória inteira e ser ultrapassado por menos de um carro por quilômetro. Nada mal. Eu acredito que o calor é também outra razão, mas há outras soluções técnicas para amenizar o problema”, pontuou.