Imperdível! Nova modalidade de seguro! - NetSeg

Imperdível! Nova modalidade de seguro!

Consultoria |

Você já deve ter ouvido falar de seguros de automóveis, embarcações, acidentes pessoais, residenciais, responsabilidade civil, roubo, desemprego, saúde e vida. Esses são os mais comuns. Há outras coberturas curiosas, tais como seguro para cachorros e demais animais estimação, para perdas provocadas por multidão em fúria, para casamento que não acontece, implantes de silicone e até para pernas ou cordas vocais. Mas, você já ouviu falar de seguro contra perda de clientes? Ou seja, um seguro que lhe protegeria de toda e qualquer perda de clientes.

Pensando na quantidade de empresas que perdem clientes, fecham as portas e requerem falência, fico aqui pensando com meus botões: “Por que ninguém ainda percebeu esse maravilhoso mercado potencial? Onde estão as seguradoras que não vêem isso?”. Quem sabe já exista esse seguro e eu não saiba. De qualquer modo, penso em algumas dificuldades que as seguradoras teriam e nas cláusulas que fatalmente apareceriam na apólice.

Independentemente de qualquer detalhe técnico, operacional ou jurídico, esse seria certamente o sonho de 100 em cada 100 empresários no mundo. Se você perde seu cachorro, carro, barco, avião, esposa, casa, quebra a perna ou tem seu casamento comprometido por Buffets golpistas... recebe um prêmio em dinheiro ou outro igual. Por que não receber também algum prêmio quando você perde seus clientes?

Em primeiro lugar, seria interessante e desafiador descobrir como avaliar o valor de um cliente ou, ainda, de uma carteira de clientes perdida. Afinal, é fácil contabilizar o valor de um carro, avião ou perna de uma atriz também “avião”. Difícil é saber quantas compras seriam feitas futuramente por cada pessoa, ou empresa, que deixasse de comprar num determinado segurado? Sem falar no impacto da propaganda boca a boca e perdas de indicações.

Em segundo lugar, fico imaginando o que seria das seguradoras se todos os concorrentes decidissem aderir a esse tipo de seguro. Toda vez que um cliente migrasse de um fornecedor, ou prestador de serviço, para outro, seria uma loucura: “Tá vendo? Ele passou a comprar pão e leite na padaria do João. Tirei até foto dele com meu celular. Quero meu dinheiro!” – Diria Seu Manoel, revoltado por ter perdido seu cliente para seu principal concorrente. No outro dia, seu João ligaria para a seguradora: “Perdi o cliente que ganhei do portuga para o McDonald´s. Quero meu dinheiro!”...

Em terceiro lugar, nenhum seguro cobriria perdas provocadas por incapacidade técnica, administrativa, financeira, operacional, terceirização de serviços ou comercial da empresa. Consigo até imaginar as respostas que alguns empresários desesperados ouviriam do SAC das seguradoras já nas primeiras apelações: “Ah! Não tenho culpa de você não saber manter seus clientes felizes com seus produtos e serviços”; “Você não poderia ter colocado seu filho na diretoria sem nossa prévia autorização”; “Quem manda ter gastado todo o orçamento comprando bens pessoais!”; “Você não poderia ter deixado de investir na melhoria dos serviços”...

Quarto lugar, haveria uma cláusula bem particular – DO ATENDIMENTO, que impediria imediatamente qualquer cobertura, em virtude de péssimo atendimento. O corretor de seguros diria “Seu João. Lembre-se! Não pode atender mal, atrasar a entrega, mentir para o cliente, prometer e não cumprir, deixar o cliente esperando, deixar de reparar qualquer defeito... Só para citar algumas”. A lista seria interminável.

Em quinto lugar, quando você perde um carro pode obter da seguradora um outro igualzinho. O problema é recuperar aqueles clientes responsáveis por 80% do seu faturamento. Afinal, nenhuma seguradora poderia me obrigar a consumir num restaurante, supermercado, academia, oficina, loja ou hotel, onde fui mal atendido.

E o golpe da perda do cliente? Posso imaginar alguns pedindo aos seus clientes para não aparecerem na loja, naquele mês, a fim de eles resgatarem o seguro. “Olha, o esquema é o seguinte: Eu coloco você num avião para a Namíbia. Você desaparece por um mês. Eu aciono o seguro, ganho uma fortuna e divido contigo. Meio a meio”. O cliente pensaria: “Mas vão descobrir”. O lojista responderia: “Relaxa. Já chequei. Eles não têm escritório na Namíbia”.

Finalmente, o pior seria recompensar diversas empresas e prestadores de serviços, de encanador a operadora de telefonia, por sua incompetência na qualidade da prestação dos serviços ou produtos. Afinal, poucos se interessariam em encantar e reter seus clientes.

Portanto, não vejo seguro melhor do que oferecer produtos de qualidade, um excelente atendimento, ter um time de colaboradores motivados e comprometidos com a satisfação plena dos clientes e, principalmente, promover experiências inovadoras e inesquecíveis aos clientes. Foque sempre sua estratégia no que seu cliente mais valoriza ou deseja – sentir-se bem e realizado com a compra. Afinal, seus clientes foram, ainda são e continuarão sendo o seu maior patrimônio. Transforme-os em seus maiores fãs e, certamente, você terá adotado a melhor estratégia. Perca esse artigo, mas não perca um cliente!

Que Deus proteja os seus clientes!

21/10/2009
Marcos Antonio de Sousa - www.marcossousa.com.br