Autenticação biométrica: 6 aspectos a serem observados no setor financeiro do Brasil
Por: Klauss Schoneborn (Gerente de Vendas de Soluções de Gerenciamento de Identidade e Acesso da HID para a América Latina) e Vinicius Ferreira (Engenheiro de Soluções da HID para a América Latina).
Com os consumidores brasileiros exigindo cada vez mais experiências sem fricção e sem senha, as empresas do setor financeiro estão adotando tecnologias biométricas avançadas como uma alternativa mais conveniente e segura para a autenticação.
70% das empresas financeiras no Brasil usam ativamente a biometria para autenticar seus clientes e funcionários, protegendo assim informações confidenciais e sistemas críticos contra acesso não autorizado. Essa tecnologia oferece maior segurança e controle sobre o acesso a dados e sistemas confidenciais, fortalecendo a proteção contra ameaças internas e externas.
Essa rápida expansão da biometria no setor bancário brasileiro reflete o foco na experiência do cliente, na inovação e na segurança. Visto que os bancos estão se esforçando para manter a confiança do usuário e proteger dados confidenciais, a adoção de tecnologias biométricas torna-se uma estratégia crucial para garantir a integridade das transações financeiras.
Aqui estão seis pontos que você deve saber sobre o desenvolvimento adequado dessa tecnologia no Brasil.
1. Biometria hoje em dia
O número de usuários de smartphones em todo o mundo ultrapassou os 6,39 bilhões em 2023 e os modelos mais recentes vêm equipados com pelo menos um recurso de autenticação biométrica, apresentando-se como um substituto para as senhas ou PINs tradicionais.
O reconhecimento facial, por sua vez, está crescendo em popularidade. Os avanços nos gráficos levam a melhorias na qualidade da imagem, contribuindo para o progresso dessa tecnologia que, combinada com os desenvolvimentos em inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML), atinge altos níveis de precisão.
As câmeras modernas podem lidar com condições de iluminação desafiadoras e oferecer maior detecção de ataque de apresentação (PAD) para detectar fraudes.
2. Biometria comportamental, autenticação superior no setor financeiro
Com a sofisticação da fraude digital, a biometria comportamental está ganhando relevância, aproveitando a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (ML) para identificar padrões de comportamento. Os dados biométricos comportamentais concentram-se na identificação das atividades reais do usuário, o que permite validar sua identidade e entender suas intenções.
Ações como fazer login no aplicativo, navegar para uma determinada página ou realizar uma transação, juntamente com dados que refletem o comportamento, como movimentos do mouse, digitação, padrões de toque e deslizamento, constituem a biometria comportamental.
Esses indicadores, combinados com detalhes específicos, como endereço IP, dispositivo usado e padrões de navegação, oferecem um valor contextual ideal, resultando em alta eficiência na detecção de fraudes e na redução de usuários rejeitados incorretamente.
No setor bancário, a autenticação multifator está se tornando uma prática padrão para reforçar a segurança das transações. Nesse contexto, o reconhecimento facial e o reconhecimento de impressões digitais são os principais componentes dessa estratégia.
3. Impressões digitais, um método confiável
A autenticação por impressão digital é um dos métodos de biometria mais reconhecidos. No sistema bancário, ela oferece um alto nível de precisão, segurança, eficiência e facilidade de uso.
Por exemplo, no Brasil, a impressão digital foi implementada em caixas eletrônicos nos últimos dez anos, com bons resultados na redução de fraudes e roubo de identidade, e o retorno do investimento foi obtido em menos de um ano.
Há empresas que oferecem um amplo portfólio de dispositivos de impressão digital com recursos de segurança específicos, certificações atuais e materiais para atender a todos os tipos de necessidades.
É importante esclarecer que a maioria dos sensores de impressão digital escaneia apenas a superfície da pele, portanto, mais bancos estão adotando a tecnologia de imagem multiespectral ou MSI, que tem a capacidade de escanear mais profundamente a superfície do dedo, identificando com mais precisão as pontas dos dedos sujas ou desgastadas pela idade.
4. Reconhecimento facial: a vanguarda da identificação segura
O uso do reconhecimento facial no setor bancário é uma opção confiável e segura. Para que seja eficaz, é necessário um software especializado que, após capturar uma imagem por meio de um dispositivo de câmera, possa analisar com precisão os pontos nodais do rosto do indivíduo.
As instituições financeiras no Brasil que desejam implementar a "Biometria Facial" podem encontrar empresas capazes de fornecer soluções completas, que vão desde o hardware até o aplicativo de gerenciamento de dispositivos e serviços profissionais de biometria.
Os mais recentes avanços no mercado incluem câmeras com captura e processamento facial neural, por meio de inteligência artificial (IA) e algoritmos de aprendizagem, que permitem soluções de reconhecimento facial mais precisas e de melhor desempenho, oferecendo melhor detecção de fraudes e uma experiência de usuário mais conveniente.
O reconhecimento pode ser feito por meio de captura de vídeo, selfie ou até mesmo por meio de um documento com foto. O usuário deve se registrar e o sistema verificará e concederá ou negará o acesso.
5. O paradoxo da conformidade e da confiança
Proteger os dados biométricos e garantir que as empresas brasileiras do setor bancário os utilizem de forma responsável é importante. Mas o paradoxo é que essas mesmas informações biométricas são usadas para proteger a integridade e a privacidade da identificação, dos ativos e do acesso a locais de alguém. Entretanto, o complexo ambiente regulatório pode representar uma barreira para a adoção mais ampla das tecnologias biométricas.
No Brasil, o uso da biometria é fundamentado por várias leis e regulamentações, incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelece uma estrutura legal abrangente para a coleta, o armazenamento, o uso e o processamento de dados biométricos, garantindo o consentimento explícito do indivíduo e dando à Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) a responsabilidade de monitorar a conformidade. Além disso, as resoluções de armazenamento de dados do Banco Central do Brasil (Bacen) definem padrões técnicos e requisitos de segurança para sistemas biométricos usados por instituições financeiras.
6. Práticas recomendadas para incentivar a adoção da biometria nos bancos brasileiros
No setor bancário brasileiro, a comunicação com os consumidores é fundamental para entender como a tecnologia biométrica funciona e garantir a segurança dos dados. Manter o foco na experiência do usuário, reduzindo o atrito e obtendo o consentimento do usuário, é fundamental para uma integração tranquila.
Com o avanço tecnológico e o compromisso dos provedores de segurança com a ética e a privacidade, a confiança do público na biometria continua a se fortalecer no Brasil. Essa tecnologia não apenas combate à fraude, mas também melhora a eficiência e garante transações seguras e contínuas em todos os pontos de contato bancário.
Essas inovações biométricas não só prometem reduzir a fraude, mas também otimizar a eficiência operacional e aumentar a conveniência das operações bancárias para os clientes.
Assim, à medida que o país avança em direção a um horizonte tecnológico mais inovador, a biometria é posicionada como uma ferramenta para elevar os padrões de segurança no setor bancário, garantindo a proteção de dados pessoais e proporcionando uma experiência de usuário mais tranquila e satisfatória, levando o país a um cenário bancário mais seguro, mais eficiente e centrado no cliente, em que essa tecnologia desempenha um papel central na evolução para um sistema financeiro mais avançado e confiável.