Segurança na Estratégia de Negócios – prática financeira - NetSeg

Segurança na Estratégia de Negócios – prática financeira

Consultoria | 2021-08-11

Estamos vivendo um grande avanço no tratamento de riscos corporativos nos últimos anos e, com as atualizações normativas através de instruções como a ISO 31.000, vemos crescer a necessidade de inserir as competências de Segurança Corporativa com mais propriedade no planejamento estratégico dos negócios.

Assim como exigências formais de mercado levam as organizações a investir em Social, Meio Ambiente e Governança, (ESG), seguimos as referências que padronizam os métodos e processos de controle de riscos corporativos ao elaborarmos o Plano Diretor de Segurança, usando as melhores práticas consolidadas para Análise de Riscos, pois, estas direcionam o atendimento àquelas exigências, tanto quanto à sustentabilidade dos negócios, com valor agregado às partes relacionadas.

Aumenta a cobrança sobre a Segurança Corporativa para promover a aderência das áreas da organização e romper as tradicionais barreiras gerenciais, que atribuem à Segurança a condição de “despesa”, como se à margem dos negócios ou contra o atingimento dos seus objetivos.

O preconceito da subjetividade e a distorção dos objetivos do tratamento dos riscos de Segurança geram ignorância das consequências sobre os resultados financeiros pela falta do seu devido controle, pelas discussões que se limitem aos atributos e pesos qualitativos.

A abordagem estratégica é inibida pela ênfase operacional do tema e perde-se quando a premissa do plano se afasta da percepção dos fatores de riscos corporativos, que são financeiramente mensuráveis.

A devida análise e produção de indicadores sobre os “fatores de risco” devem levar o Plano Diretor de Segurança a um resultado rentável, orientando o controle do risco contra a interferência na capacidade da organização em continuar operando e alcançar os seus objetivos estratégicos planejados.

O planejamento de Segurança Corporativa, como processo de alta relevância estratégica da organização, controla o risco da ausência inesperada e por tempo indeterminado, com causa intencional ou não, que implicará na interrupção de atividades e processos críticos, comprometendo o investimento da organização e seus resultados por um período ou para a sua existência. Este é um exemplo da direta relação com os cenários estratégicos de negócios e suas nomenclaturas, “VUCA” ou “BANI”.

A gestão de Segurança Corporativa tem participação e efeito direto na capacidade de Governança da organização, à partir do ambiente de risco e seus efeitos positivos ou negativos, conforme esta gestão seja devidamente orientada, por exemplo, em linha com o Plano de Continuidade dos Negócios e o Comitê de Gestão de Riscos Corporativos, participando ou liderando temas, discussões e conclusões financeiras, integrados com os “indicadores” já validados e assumidos pela alta gestão.

Com indicadores financeiros alinhados desde a Análise de Riscos, suportamos a condição dos investimentos em Segurança e a sua capacidade de resultado financeiro positivo, seja por “cost saving” (economia), “cost avoidance” (custo evitado) ou “loss prevention” (prevenção de perdas), sem contar a interrupção de perdas ora desconhecidas, incrementando o “caixa” da empresa em volumes não atingíveis por medidas de produção ou vendas, em alguns casos que pude experimentar. Assim chegamos ao ROI (Return Of Investments) e do Pay Back (Tempo de Retorno do Investimento), que ainda aparece como dificuldade em Segurança Corporativa para alguns executivos.

Na prática, o exercício estratégico requer posicionamento financeiro com a estratégia de negócios, explorando e credenciando-se nas tratativas financeiras dos riscos organizacionais que, como uma Estratégia de Continuidade de Negócios, os indicadores de risco estão presentes nos demonstrativos financeiros e na prestação de contas validados junto à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração, à partir de ferramentas e métodos como “ERM – Enterprise Risk Management”, “BIA – Business Impact Analysis” e da ISO 31000 orientando a Análise de Riscos Corporativos, excelente referencial para a análise de riscos de Segurança.

Percebam que a única área competente, capacitada e qualificada para tratar riscos de origem “intencional” em uma organização é a Segurança Corporativa, portanto, assumir esta condição nos dá vantagem estratégica e gera o compromisso correspondente, a responsabilidade de atuação “de fato” executiva.

 

Annibal Sartori, DSE

Consultor Associado

Núcleo Consultoria em Segurança

as@nucleoconsult.com.br