"Empresas brasileiras são bem-vindas no Oriente Médio", afirma consultor de negócios internacionais
* Matheus Borella – Consultor de Negócios Internacionais da Mercator Business Intelligentsia. É formado em Gestão de Empresas e Agronegócios pela UNESP. Pós-graduado em engenharia de energias renováveis pela POLI-USP, com vivência internacional na Universidad de Salamanca (Espanha). Diretor do Comitê de Jovens Empreendedores do Agronegócio da FIESP.
1 - Quando fala sobre internalização de serviços, produtos ou entradas de franquias em Omã, o que mais chama a atenção do empresários brasileiros?
Como trata-se de um país bastante incomum ao povo e ao empresariado brasileiro é natural e esperada algumas reações. Um dos pontos que mais destaco é exatamente quando demonstramos por indicadores internacionais o quanto esse pequeno país está à frente do Brasil em termos de ambiente favorável de se fazer negócios e a liberalização econômica que o Omã tem.
De acordo com o World Economic Freedom Index 2016, Omã dentre 144 nações ocupa a 52ª posição, e o Brasil a 122ª. Se analisarmos também os dados do Global Competitiveness Report 2015, vemos Omã em 62ª lugar e o Brasil em 75º num total de 140 países avaliados. Esses sem dúvidas são indicadores que demonstram o dinamismo de uma economia recente, dinâmica e com grandes oportunidades para o empresariado brasileiro considerar em seu planejamento estratégico.
2 - Quais oportunidades de negócios o Omã já oferece para empresas brasileiras que querem exportar?
Tendo uma paridade de poder de compra de USD 44.628,28 em 2015 (World Economic Forum), aproximadamente 2,85 vezes maior que a média brasileira, é possível demonstrar o tamanho das oportunidades para empresas brasileiras, em Omã.
Alguns dos setores que mais há espaço para investimento estrangeiro ou para exportação de produtos/serviços são: turismo, equipamentos para pesca, serviços ligados à construção civil / automotiva / aeronáutica e alimentação. Especialmente neste último, devido as características geográficas, o país é um "net importer", ou seja, um importador permanente de alimentos, o que para uma nação "net exporter" como o Brasil, (exportador) é algo extremamente atraente.
3 - E para quem quer importar, o que o Omã oferece às PMEs brasileiras?
A grande maioria das exportações do Omã ainda permanece sendo petróleo e derivados, como acrílicos, polipropilenos e demais produtos da cadeia petroquímica. Especificamente no caso das relações entre Brasil e Omã, nota-se uma forte presença de produtos destinados a cadeia produtiva do agronegócio, com destaque para fertilizantes nitrogenados. Entretanto, devido a forte e antiga presença da atividade pesqueira no país. São produtos que geram oportunidades interessantes, devido a qualidade e a competitividade que Omã possui na atividade da pesca.
4 - O que os empreendedores que vão aos eventos do ciclo de palestras no SEBRAE-SP não podem deixar de saber sobre negócios com o Oriente Médio?
Costumo dizer que conhecimento leva à cultura e cultura leva a negócios. Quando um empreendedor busca o conhecimento de uma outra cultura ele necessariamente está se abrindo a novas possibilidades de negócios e, por consequência, se posiciona a frente de seus concorrentes na medida em que coloca esse posicionamento também em seu planejamento estratégico. Cada vez mais a internacionalização de empresas se mostra um caminho inegável a quem quer se manter competitivo e "beber" de outras referências para seus negócios.
Em agosto de 2016, apresentaremos o terceiro evento que abordará as relações culturais entre armênios e brasileiros. Franquias de alimentação, vestuário e calçados, cosméticos, agribusiness, tecnologias da informação, indústria farmacêutica, setor de plásticos, construção civil e decoração são setores-chave para as empresas do Brasil que querem atuar no mercado armênio.
A Armênia teve o melhor desempenho econômico entre os países do Cáucaso desde 1992. Os planos de expansão da infraestrutura do país estão avançando a largos passos, assim como seus investimentos tecnológicos, alavancando sua posição estratégica entre Europa, Oriente Médio e Rússia, firmando-se como o maior centro tecnológico apoiado numa cultura que é simultaneamente milenar e moderna. A longo prazo, visa ampliar PMEs em setores-chave como construção, varejo, transportes e tecnologia. O convite está feito!