Presidente Anatel destaca desafios e benefícios do 5G no Brasil
Leandro Euler participou de fórum online promovido pela Brazil-Florida Business Council com outros especialistas do setor.
Previsto para acontecer ainda este ano, o leilão de tecnologia 5G no Brasil pretende chamar atenção de investidores de todo o planeta e pode ditar tendências no mercado de comunicações. O assunto foi pautado, nesta quarta-feira (12), pelo presidente da Agência Brasileira de Telecomunicações, Leandro Euler, que participou de um fórum online promovido pela Brazil-Florida Business Council e contou com participação online de outros profissionais do setor.
Euler destacou que o 5G é uma pauta prioritária da Agência porque existe um entendimento muito convencionado de que não se trata apenas de aumento de velocidade, conforme ocorreu na transição da 3º para a 4º geração. “Temos outras facetas que se relacionam com a internet das coisas (IOT) tanto para fins massivos, quanto para IOT que requer aplicações críticas de sensibilidade muito grande. Nesse sentido, ainda é uma tecnologia na sua primeira infância, mas ela é, de fato, um catalisador de inovação e de novas tecnologias, provendo inteligência artificial, realidade mista e aumentada e robótica”.
Mas alertou que será necessário tempo para desenvolver todos os novos conceitos ligados à nova tecnologia, inclusive aos que estão relacionados com a forma de operação de rede. Para ele, o 5G pode ser compreendido como uma tecnologia habilitadora, uma chave da quarta revolução industrial para o conseqüente aumento da produtividade a partir da digitalização das cadeias de valores.
LEILÃO X INVESTIMENTOS
Rodrigo enfatizou que será o maior leilão da história da Agência, e que ele foi concebido com uma lógica que privilegia compromissos de investimentos e o edital se revela como uma oportunidade de se valer políticas públicas.
“Faremos a faixa de 700 MHz, que é um bloco de 10 mais 10 MHz, essa é uma faixa que tem o ecossistema já pronto para 4G, uma faixa de boas propagações do sinal. E nessa faixa pretendemos ter compromissos de cobertura de estradas federais, algumas BRs para fins de escoamento da produção agrícola e industrial brasileira e também algumas rotas de integração. Superaremos também alguns problemas de infraestrutura”, destaca.
DESAFIOS DO SETOR
O presidente da Anatel também elencou alguns entraves existentes e que já estão no radar dos organizadores do leilão. “Primeiro o espectro em abundância, não contar com espectro suficiente implica em desacelerar o potencial dessa inovação tecnológica. Precisamos de muitas antenas, no Brasil existem legislações municipais quanto a instalações delas, queremos diminuir os atritos com os prefeitos e autoridades. Também precisamos de muita fibra, o País tem avançado, mas temos que dar vazão ao trafego de dados e fazer parcerias para aprender com os diferentes setores e conquistar redes.
Camilla Tapias, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Vivo enfatizou que o 5G chamou atenção pela quantidade de espectro, mas comentou que as operadoras fizeram importantes solicitações ao governo. “Solicitamos que esse não fosse um leilão arrecadatório, mas sim com obrigações para desenvolver o parque de infraestrutura. O governo nos ouviu, mas temos alguns receios, porque temos que ver a quantidade de obrigações impostas e comparar se é compatível com o valor das faixas”, salientou.
O vice-presidente sênior e CEO da LaTam American Tower do Brasil, Flavio Cardoso, também ressaltou a importância da quantidade de espectro na proposta do 5G, mas disse que a tecnologia deve levar tempo para ganhar 100% de funcionalidade no País. Já o Sócio Sênior da Oliver Wyman, Rodolfo Macarrein questionou o presidente da Anatel quanto a segurar o business do 5G a curto, médio e longo prazo. O encontro também contou com participação de Gabrielle Mandel, Gerente Nacional do Brasil e Cone Sul, USTDA.