Porto de Santos: sistema de CFTV fiscaliza 8 mil km²
Maior Porto da América Latina responsável por mais de 40% das importações e exportações brasileiras, o Porto de Santos soma 13 km de cais e 8 mil km² de área, distribuídos nas cidades de Santos e Guarujá. Tudo nesse complexo portuário é expressivo, e os números são impactantes. Isso também se reflete nos sistemas de segurança instalados.
Hoje, o centro de controle opera um sistema de CFTV composto por 470 câmeras, sendo que parte significativa desse total utiliza tecnologia Pelco implementada pela Trielo com materiais fornecidos pelo Grupo Policom.
Interligado ao sistema de controle de acesso, o sistema de CFTV monitora o canal para o controle do acesso das embarcações, bem como o acesso de pessoas e veículos através de diversos “gates” para evitar intrusão, de acordo com os critérios definidos pelo ISPS Code (International Ship and Port Facility Security Code), um código Internacional para proteção de navios e instalações portuárias, também seguida pelos navios.
As 470 câmeras analógicas em operação cobrem três áreas principais: 106 câmeras fixas instaladas em 53 pontos de atracação – são 2 câmeras por navio – respondem pelo monitoramento ininterrupto (24h) da interface do cais com o navio. Complementando esse sistema, 30 câmeras Pelco Esprit PTZ monitoram a área molhada do canal. As demais cuidam do perímetro da área portuária com o município – são 28 áreas de acesso (“gates”) a serviços controlados – e também da área administrativa. Nesse complexo, circulam cerca de 20 mil pessoas.
Para operar o sistema há quatro posições de monitoramento diuturno, com dois monitores de 23 polegadas cada um, além de um painel com 14 monitores de 32 polegadas mais um monitor central de 54 polegadas. E mais: a alimentação do sistema é composta pela energia oriunda de uma usina hidrelétrica própria, interligada à Concessionária Local, um conjunto estabilizador e no-break com autonomia de até 20 minutos, além do grupo motor-gerador com 81/78 KVA.
A transmissão das imagens utiliza tanto diversos enlaces de rádio micro-ondas quanto os cabos de fibra óptica. São cerca de 13 km em fibra óptica, outros 9 km de contingência secundária, além do sistema de radiocomunicação, cujo principal aspecto é a transmissão dos dados de controle de acesso e de CFTV coletados na Margem Esquerda (Guarujá) para a Margem Direita (Santos), onde se localiza o CCCOM – Centro de Controle e de Operações, que trabalha 24 horas x 7 dias.
Duas etapas
Um sistema desse porte não foi construído de uma vez nem em pouco tempo. Tudo teve começou em março de 2004, com o projeto que foi seguido das obras, iniciadas em julho do mesmo ano. Desde a primeira fase, a Trielo – e consequentemente Grupo Policom – se faz presente no processo licitatório, respondendo por 30% do sistema de CFTV mais o de controle de acesso e demais itens de Segurança, tais como o fornecimento dos cartões inteligentes (smart-card) e dos equipamentos de leitura da biometria da mão.
Como recorda Oliveira, o sistema entrou em operação em agosto de 2005: “Eram 228 câmeras, sendo 30 móveis. Em 2008, iniciamos a segunda fase do projeto, que foi finalizada em dezembro de 2010. Nova licitação agregando mais 230 câmeras e alguns serviços que ainda não tinham sido instalados, como a leitura automática de placas dos veículos de cargas, e a leitura automática do número de matrícula dos contêineres e a leitura da biometria da face”.
De forma detalhada, a primeira etapa envolveu a construção dos 28 gates; ações de melhoramento da iluminação; construção de muros e cercas; instalação das redes de fibra óptica; aquisição e instalação de câmeras, torniquetes, handkeys, catracas, cancelas, computadores e periféricos; montagem do Centro de Controle e Comunicação (CCCOM); montagem do Centro de Cadastramento; integração de todos os subsistemas de imagem, de comunicação e de controle de acesso; padronização e normalização. Somados, os contratos de tecnologia, envolvendo infraestrutura e equipamentos, exigiram investimentos superiores a R$ 26,6 milhões.
Na segunda fase do projeto, entre outras, foram implantadas tecnologias de motivação e monitoramento, biometria facial, tecnologias OCR, solução de rastreamento de veículos, novo grupo motor-gerador e painéis de mensagens variáveis. Concluída em agosto de 2010, essa etapa compreendeu a utilização de 17 Gates de acesso ao Cais, que permitem acesso de pessoas e veículos sob “motivação prévia”; instalação de mais 9.000 metros lineares de rede de cabos de fibra óptica para contingência; aquisição e instalação de novas 165 novas câmeras fixas, 35 novas cancelas, computadores e periféricos; montagem da nova Sala de Monitoramento no CCCOM, bem como da nova Sala de Servidores, tendo sido equipada com 30 servidores (10 apenas para CFTV) e storage de 120 Terabytes.
Naquele momento, somando o valor total das instalações de tecnologia, envolvendo infraestrutura e equipamentos, foram utilizados outros R$ 30,3 milhões. Este valor, acrescido de demais equipamentos que necessitaram ser adquiridos e ainda dos custos de manutenção de todo o parque instalado por 24 meses, desde dezembro de 2008 a dezembro de 2013, resultou num acréscimo de cerca de R$ 16 milhões.
Desafios a aprendizados
Desde o primeiro momento, desafios se fizeram presentes. Um deles tem relação direta com a instalação do backbone de fibra óptica e de 30% do sistema de rádio e é assim resumido pelo responsável pelo ISPS Code: instalar 13 km de fibra óptica em um porto em plena operação, batendo recordes sucessivos de operação, sem poder parar de operar e gerando a menor interferência possível, foi uma dificuldade. A mesma situação se repetiu na segunda etapa, quando foi construída a redundância, tanto de fibra, quanto à finalização do sistema de rádio, que atende os 9 km mais significativos.
Outra problemática vivenciada pela equipe do Porto de Santos, que gerou aprendizado importante, tem relação com os invólucros das câmeras de CFTV. As caixas tinham grau de proteção IP 66, mas, devido ao ambiente agressivo, perdemos a movimentação de diversas câmeras PTZ. Por isso, na segunda etapa, privilegiamos as câmeras tipo dome, com invólucro IP 67 (na realidade, a capacidade de suportar imersão em ambiente marinho até 1 m abaixo da água lhe concede a condição de suportar a elevada agressividade estuarina, uma vez que estão instaladas em postes a 18 m de altura).
Os cabos ópticos também mereceram atenção. Foram utilizados cabos cujas fibras ópticas têm proteção geleada e são dotados de capa com proteção anti-roedor.
Gravar e arquivar as imagens geradas também tem peculiaridades. Na primeira fase, o sistema contava com 22 servidores com capacidade de storage de 2,5 Terabytes. Na etapa de 2008, esses equipamentos foram substituídos por 30 servidores e mais três storages que somam 120 Terabytes. Desse total, 10 servidores são para imagem. Todo esse sistema de armazenamento fica instalado em data center da própria Companhia de Docas do Estado de São Paulo.
Futuro
Esse complexo sistema de CFTV, imprescindível à operação portuária, está em constante atualização tecnológica. A cada cinco anos é preciso trocar muita coisa, pois a placa-mãe e os processadores já deixam de ser disponibilizados ao mercado, por política comercial dos fabricantes.
Por outro lado, as câmeras marca Pelco, devido à qualidade do produto, ultrapassam esse princípio, pois no porto há câmeras instaladas desde 2004 operando normalmente, em condições de extrema salinidade do ar. No entanto, em 10 anos de uso o desempenho é atenuado. Por isso, o Porto de Santos pretende fazer uma readequação da rede, substituindo-se as câmeras analógicas por novas câmeras IP.
Completar a infraestrutura com enlaces de rádios formando poligonais é outra das metas, cobrindo todas as áreas do porto organizado de forma contingenciada.
Soluções Pelco
O sistema de CFTV atualmente instalado no Porto de Santos é analógico e conta exclusivamente com equipamentos de dois fabricantes (Pelco e Comtex), sendo que 30 das câmeras Pelco são do modelo Esprit PTZ.
Na fase da substituição estuda-se a utilização do novo modelo Esprit PTZ IP integrado e sistema de câmera pressurizada fornece recursos anteriormente reservados para cúpulas de alta velocidade, incluindo a janela dinâmica cega, autotracking, relógio de programação interna, estabilização eletrônica de imagem, menus multi-linguagem e muito mais.
Pode-se utilizar, por exemplo, uma câmera de zoom óptico de 36x, Esprit e Esprit SE SE IP, que são sistemas de posicionamento remoto de alto desempenho que caracterizam uma câmera integrada e lente, a unidade pan-and-tilt, e um receptor multi-protocolo.
Sobre o Porto de Santos
O marco oficial da inauguração do Porto de Santos é 2 de fevereiro de 1892, quando a então Companhia Docas de Santos - CDS, entregou à navegação mundial os primeiros 260 m de cais, na área até hoje denominada do Valongo. Ao longo desses anos, o porto não parou de se expandir, atravessando todos os ciclos de crescimento econômico do País, aparecimento e desaparecimento de tipos de carga, até chegar ao período atual de amplo uso dos contêineres. Açúcar, café, laranja, algodão, adubo, carvão, trigo, sucos cítricos, soja, veículos, granéis líquidos diversos, em milhões de quilos, têm feito o cotidiano do porto, que já movimentou mais de l (um) bilhão de toneladas de cargas diversas, desde 1892, até hoje.
Em 1980, com o término do período legal de concessão da exploração do porto pela Companhia Docas de Santos, o Governo Federal criou a Companhia Docas do Estado de S. Paulo-Codesp, empresa de economia mista, de capital majoritário da União.
O Porto de Santos conta com uma área de 7,7 milhões de m², ficando 3,7 milhões de m² na Margem Direita e 4,0 milhões m² na Margem Esquerda.
Possui 13 quilômetros de extensão de cais e um total de 59 berços, dos quais 49 públicos e 10 privados. Possui 55 quilômetros de dutos e 100 quilômetros de linhas férreas. Para armazenamento de granéis líquidos conta com uma capacidade estática de, aproximadamente, 700 mil m³; e para granéis sólidos, instalações para acondicionar mais de 2,5 milhões de toneladas.
Sua área de influência primária, que concentra mais de 50% do PIB, abrange os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A hinterlândia secundária inclui os Estados da Bahia, Tocantins, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Cerca de 90% da base industrial do Estado de São Paulo está localizada a menos de 200 quilômetros do Porto de Santos.
O Complexo Portuário Santista responde por mais de um quarto da movimentação da balança comercial brasileira e inclui na pauta de suas principais cargas o açúcar, o complexo soja, cargas conteinerizadas, café, milho, trigo, sal, polpa cítrica, suco de laranja, papel, automóveis, álcool e outros granéis líquidos.
Atualmente, o Porto de Santos, movimenta, por ano, mais de 60 milhões de toneladas de cargas diversas, número inimaginável em 1892, quando operou 125 mil toneladas. Com 12 km de cais, entre as duas margens do estuário de Santos, o porto entrou em nova fase de exploração, consequência da Lei 8.630/93, com arrendamento de áreas e instalações à iniciativa privada, mediante licitações públicas.
Sobre a Trielo
A atuação da Trielo Soluções Inteligentes fundamenta-se no comprometimento com os resultados de seus relacionamentos mantidos com os clientes, fornecedores, parceiros e colaboradores. Este comprometimento baseia-se na ética pessoal, profissional e comercial e manifesta-se nas fases de pré-venda, implantação e pós-venda de seus produtos. Além da tecnologia e qualidade, agrega valores como responsabilidade, confiabilidade, comprometimento e transparência aos produtos e serviços.
Esta postura é a garantia de crescimento sustentado da empresa. Fundada no início da década de 90, tem como atividade a Integração de Sistemas para o mercado de Segurança, Identificação e Coleta de Dados, desenvolve, vende e instala produtos de hardware e software para Controle de Acesso, Relógios de Ponto Eletrônico, Alarmes, Controle de Estacionamentos, Controle de Acesso a Restaurantes, Circuito Fechado de TV e outros todos na plataforma I.P. Oferece serviços especializados de customizações, integrações e consultoria.
Sobre o Grupo Policom
Fundado em 1995, o Grupo Policom (www.grupopolicom.com.br) investe no atendimento do cliente com produtos de alto valor agregado e de preço acessível, que pode ser adequado ao orçamento do cliente sem redução da qualidade final do projeto. Caracterizando-se, também, por atuação comercial flexível, o Grupo Policom insere inovação e criatividade em seu DNA, agregando entre seus diferenciais competitivos o fato de ser 100% brasileiro. Além disso, seus colaboradores são focados no desenvolvimento e na criação de soluções que atendem os clientes e transfiram conhecimento tanto aos parceiros comerciais, quanto ao cliente final.
Essas características preservadas e fortalecidas ao longo desses 20 anos mantém o Grupo Policom como referência no mercado nacional de distribuição de produtos dos principais fabricantes do mercado, reconhecidos internacionalmente para Cabeamento Estruturado direcionados a aplicações de dados, voz, vídeo e controles prediais, e para CFTV IP. Sua atuação estende-se aos mais diversos setores produtivos, a exemplo de operação crítica, data centers, infraestrutura de transporte e logística, portos e aeroportos, ambientes corporativos, redes varejistas e shopping centers, hospitais, universidades, indústrias, estádios e arenas esportivas, estacionamentos etc.
Com sede na capital paulista, é formado pelas empresas Policom SP (São Paulo-SP), Policom Rio (Rio de Janeiro-RJ), Paris Cabos (São Paulo-SP) e Policom Paraná (Curitiba-PR), mantendo representantes regionais para áreas específicas, como interior dos Estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O Policom Solution Center, com área de 130 metros quadrados é um espaço direcionado a treinamento, capacitação e demonstração das soluções de alta tecnologia comercializadas, funcionando como um showroom aberto à visitação pelos clientes, mediante agendamento prévio.
Contando com estrutura logística em condições de atender a todo o território nacional, o Grupo Policom oferece suporte técnico e comercial aos seus clientes. O seu corpo de profissionais participa constantemente de cursos ministrados pelos fornecedores e parceiros, mantendo-se atualizados para orientar corretamente os clientes com relação às melhores soluções de conectividade. Atualmente, o Grupo Policom possui diversos engenheiros, MBAs e RCDDs entre seus mais de 160 colaboradores.