Aumenta procura por aparelho que barra escuta telefônica
O procurador da República Rodrigo de Grandis afirma que é crescente o uso de telefones e computadores criptografados, tecnologia que impede escutas e rastreamento de mensagens (como o e-mail) pelas autoridades policias brasileiras. De Grandis atua na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que levou o banqueiro Daniel Dantas à prisão no ano passado.
Quatro empresas ouvidas em reportagem do jornal Folha de S.Paulo confirmam o que diz o procurador. Uma delas informou que dobrou a procura de empresas e órgãos públicos por criptografia depois da Operação Castelo de Areia, em que diretores da construtora Camargo Corrêa foram presos.
Segundo De Grandis, o uso da criptografia é um recurso clássico entre os criminosos do colarinho-branco para garantir impunidade. De Grandis defende a criptografia, mas não a que impede, inclusive, investigações policiais.
Fabricantes, porém, garantem que seus clientes atuam de forma lícita e por isso recorrem à criptografia para impedir espionagem industrial e garantir privacidade.