Clientes muito “espertos” - NetAv

Clientes muito “espertos”

Segurança | 2014-09-01

O amigo Roberto Mattos, que é revendedor e instalador de equipamentos eletrônicos no Rio de Janeiro, volta e meia relata pelo Facebook suas experiências com clientes (ou seriam “crientes”?).São casos infelizmente comuns, e dão uma boa ideia da atitude de certas pessoas, que confundem “inteligência” com “esperteza” e “educação” com “subserviência”.

Um dos mais recentes foi o de alguém que iria viajar aos EUA e pediu indicação de um projetor para comprar lá. Ao ouvir a recusa, o candidato a esperto tentou argumentar que, na volta, levaria o aparelho para o Beto instalar.

“Não instalamos produtos que não vendemos”, foi a resposta.

A alegação era que os aparelhos aqui custam “muito caro”. Diante da insistência, Beto sugeriu um serviço de consultoria.

“Mas eu terei que pagar para você me dizer o que eu vou trazer?”, retrucou o cidadão.

“Sim, eu trabalho com isso, me diga uma boa razão para eu lhe prestar uma consultoria grátis. Tenho 20 anos de experiência na área, fiz cursos na Europa, Japão, EUA… você acha que tudo isso saiu de graça?”

Já em tom mais ameaçador, o tal criente saiu-se com esta: “Vou trazer tudo de fora, e eu mesmo instalo. Se quebrar, mando para a assistência técnica aqui no Brasil.”

“Só tome cuidado, porque os importadores não fazem assistência técnica se o equipamento não foi importado por eles.”

“Mas tem que fazer. Sou advogado e meto o pau neles…”

Antes de encerrar a conversa, Beto usou uma oportuna analogia: “Imagina se eu te pergunto se você pode me ajudar com um problema jurídico aqui na loja.”

“Mas aí você quer uma informação sem me contratar.”

“É a mesma coisa. Ninguém pode nem deve trabalhar de graça.”

Pois é, acontece todo dia em algum lugar do Brasil. Já ouvi dezenas de histórias semelhantes, variando apenas o grau de insolência e cara-de-pau. Para algumas pessoas, ética, leis, cortesia e respeito só valem para um lado. É como aquele juiz do Supremo que trabalhava para o PT e não se sentiu constrangido de julgar o mensalão (e, claro, inocentar os acusados). Ou do presidente da OAB, que cansou de condenar a construção da hidrelétrica de Belo Monte, até o dia em que foi contratado pela construtora responsável (não acreditam? Leiam a notícia aqui).