Da conexão discada à nuvem inteligente: o salto tecnológico que redefiniu nosso jeito de viver (e proteger)

Quem viveu os anos 1990 lembra do som inconfundível da conexão de internet discada, das tardes esperando uma imagem carregar e da limitação de acessar a internet só após a meia-noite, quando o custo do minuto da conexão era mais barato. Desde então, a tecnologia avançou em velocidade exponencial, e o que antes era luxo ou curiosidade virou estrutura fundamental da vida moderna. A computação evoluiu de terminais locais para ambientes em nuvem e, com ela, o nosso cotidiano passou a ser moldado por sistemas cada vez mais conectados, responsivos e inteligentes.
Hoje, a nuvem não serve apenas para guardar arquivos, mas para rodar softwares complexos, operar casas automatizadas, suportar operações de saúde, educação, indústria e entretenimento. Segundo levantamento da Gartner de 2024, mais de 70% das cargas de trabalho corporativas já estão na nuvem, um número que segue crescendo à medida que tecnologias como inteligência artificial generativa e internet das coisas se tornam mais acessíveis e integradas.
Essa evolução não veio sem desafios. A expansão digital criou uma sociedade mais produtiva, porém também mais vulnerável. Em paralelo ao aumento da capacidade computacional, houve a multiplicação de dispositivos conectados, sejam celulares, roteadores, câmeras ou eletrodomésticos. De acordo com dados do Google (2024), um lar brasileiro médio já tem entre 5 e 10 dispositivos inteligentes conectados simultaneamente. Isso representa um salto impressionante em relação à década passada, e um alerta sobre nossa dependência da energia e da segurança digital.
Se antes um “cair da internet” era um incômodo temporário, hoje pode significar interrupção de reuniões, falhas em sistemas de segurança ou até perda de dados importantes. Em ambientes corporativos, esse impacto é ainda maior. Um estudo da Splunk, em colaboração com a Oxford Economics, revelou que o custo total do downtime para empresas da lista Global 2000 é de aproximadamente US$ 400 bilhões anuais, representando cerca de 9% dos lucros dessas empresas.
Por isso, acompanhar a transformação tecnológica também exige atualizar nossa forma de pensar a infraestrutura por trás dessa revolução silenciosa. Garantir energia ininterrupta e sistemas de proteção adequados se tornou um pilar estratégico, tanto em residências quanto em escritórios e centros de dados. Afinal, de nada adianta ter a mais avançada inteligência artificial rodando na nuvem se uma simples queda de luz pode desconectá-la do mundo real.
A digitalização veio para ficar. Ela transformou o jeito como aprendemos, nos comunicamos, nos entretemos e trabalhamos. Mas para que essa nova era continue sendo sinônimo de progresso, é preciso refletir também sobre os alicerces invisíveis que a sustentam, como estabilidade energética e segurança da informação. Só assim, o futuro continuará sendo tão inteligente quanto conectado.
Por Jamil Mouallem é sócio-diretor Comercial de Marketing da TS Shara, indústria nacional fabricante de nobreaks, inversores e estabilizadores de tensão e protetores de rede inteligente.