A ocupação estratégica e a importância dos nobreaks nos diferentes mercados e no universo digital - NetSeg

A ocupação estratégica e a importância dos nobreaks nos diferentes mercados e no universo digital

TI & Software | 2025-07-30

*Por Jamil Mouallem 

Em um mundo cada vez mais digital e permanentemente conectado — 24 horas por dia, 365 dias por ano — decorrente da convergência digital e integração tecnológica, a segurança energética deixou de ser apenas garantia de continuidade elétrica para se tornar questão de segurança e resiliência operacional. A evolução dos nobreaks é a expressão mais clara dessa mudança. O que antes era um dispositivo restrito a estruturas corporativas sofisticação tecnológicas cada vez mais robustas — com inteligência embarcada, conectividade e aplicação universal para ambientes corporativos e domésticos. 

Segundo um relatório do Gartner de 2024, os gastos globais com TI atingiram aproximadamente US$?5,4 trilhões, impulsionados pelo aumento da infraestrutura de inteligência artificial e computação em nuvem. Isso acentuou a exigência por fontes de energia contínuas e confiáveis (Gartner, 2024). Nesse cenário, os nobreaks passaram a ser vistos como infraestrutura crítica para evitar falhas que comprometem dados, sistemas e produtividade, além de danos e prejuízos em equipamentos. 

No Brasil, assim como em boa parte do mundo, a percepção sobre a confiabilidade da rede elétrica continua sendo um fator determinante para a adoção de soluções de segurança energética. Embora tenhamos avanços significativos em infraestrutura e geração distribuída, falhas pontuais de fornecimento ainda são comuns em diversas regiões, especialmente em momentos de maior demanda ou eventos climáticos extremos e fatores econômicos que impulsionam o crescimento e, consequentemente, elevam o consumo de energia elétrica. Esse cenário reforça a importância de dispositivos capazes de proteger equipamentos e manter operações críticas ativas mesmo diante de instabilidades. 

Ao mesmo tempo, o setor energético nacional investe em soluções de segurança e eficiência. O programa PROCEL, do governo federal, dado o seu foco na qualidade e uso racional da energia, destaca a importância de dispositivos que não apenas economizam, mas também protegem cargas sensíveis e garantem continuidade operacional (PROCEL, 2025). Os nobreaks, nesse cenário, surgem como aliados estratégicos aos projetos de infraestrutura. 

Essa evolução técnica permitiu que esses equipamentos se tornassem verdadeiros centros de inteligência: modelos atuais oferecem monitoramento via IoT, diagnóstico remoto de bateria, geração de relatórios de eventos e integração em plataformas de gestão predial. Recursos antes restritos a grandes empresas agora estão disponíveis para profissionais liberais e usuários domésticos. Essa democratização transformou o nobreak de item de luxo para ferramenta essencial em diversos cenários. Na era digital, os nobreaks são mais do que acessórios, são dispositivos essenciais, verdadeiros guardiões da continuidade e da segurança elétrica. 

A geração distribuída vai além da energia solar conectada à rede pública: inclui também os geradores rotativos, movidos a combustível, que ainda desempenham papel importante. No entanto, exigem ampla infraestrutura, ocupam grandes espaços e impõem desafios ambientais que precisam ser considerados. Sem um sistema de proteção que estabilize tensões e armazene energia momentânea, as flutuações podem comprometer inversores, servidores e componentes sensíveis. Nesta realidade, o nobreak funciona como elo entre a energia gerada localmente e os dispositivos que a consomem, assegurando qualidade, continuidade e proteção. 

Essa convergência entre geração própria, automação e conectividade exige uma nova postura: o nobreak deixa de ser um backup pontual para se tornar componente ativo da arquitetura elétrica de máxima importância. Equipamentos inteligentes monitoram o consumo, notificam antecipadamente falhas e permitem ações preventivas, reduzindo riscos e despesas operacionais. 

Ao refletir sobre o panorama global e nacional, fica evidente que os nobreaks de hoje representam uma evolução essencial para a segurança energética contemporânea. Eles deixaram de ser coadjuvantes de emergência para se tornarem protagonistas da resiliência urbana e corporativa. Sua presença garante que a energia seja acessível, confiável e inteligente, algo indispensável em um mundo que exige mais do que luz. 

O futuro da energia passa pela conexão entre dispositivos, fontes renováveis, armazenamento e proteção. Nesse novo ecossistema, os nobreaks são elementos imprescindíveis, não apenas porque entram em ação quando tudo falha, mas porque garantem que nada falhe.

*Jamil Mouallem é sócio-diretor Comercial e de Marketing da TS Shara, fabricante nacional de soluções de proteção de energia