Banco Central automatiza monitoramento de informações financeiras - NetSeg

Banco Central automatiza monitoramento de informações financeiras

Financeiro |

São Paulo - Instituição substitui processos manuais por integração com cinco mil instituições financeiras e disponibilização de informações em tempo real.

Até julho do ano passado, boa parte do levantamento das informações do mercado financeiro feito pelo Banco Central acontecia de forma manual e por meio de aplicativos departamentais desenvolvidos internamente. As cerca de cinco mil instituições do País enviavam as informações diariamente e os arquivos eram colocados no banco de dados manualmente.

Paula Cristina Seixas de Oliveira, chefe da divisão de monitoramento de mercado do BC, lembra que isso tomava um tempo enorme para coleta das informações, e outro tanto para seu processamento. “Tínhamos de duas a três horas diárias gastas para processar os dados em nossos servidores”, lembra.

Foi justamente em julho do ano passado que entrou em operação o PowerCenter, plataforma da Informatica adquirida com o objetivo de monitorar as operações de cinco mil instituições financeiras do País, alimentando o banco de dados do BC. A implementação foi iniciada em fevereiro de 2006 e sua conclusão – ainda há seis processos de negócios a serem incluídos – está prevista para o próximo mês de abril.

Francisco Abreu, gerente de sistemas do Sistema de Monitoramento de Mercado (SMM) do Departamento de TI do Banco Central, explica que o objetivo do projeto é obter informações precisas em três pilares do SMM: risco de mercado, risco de liquidez e análise de operações.

O executivo lembra que o SMM é um dos pilares de apoio para manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN), possuindo funcionalidades de monitoramento – por meio de gráficos, tabelas e relatórios - das instituições financeiras, bem como das operações realizadas no mercado de títulos públicos federais.

Por conta disso, o departamento de análise dos resultados do SMM necessitava de uma solução que integrasse o sistema e o operador, permitindo consultas do tipo “análise - solicitação - resposta - nova análise-nova solicitação”.

Na fase de planejamento do projeto, cujos valores não foram revelados, a área de TI identificou 23 processos de negócios a serem implementados com a utilização da plataforma, para que, na área de supervisão, os especialistas de risco e liquidez pudessem realizar o monitoramento do SFN. O Banco Central, depois de analisar e definir os requisitos de negócios, solicitou a todas as câmaras de custódia o envio dos dados necessários para implementação do projeto.

“A solução viabilizou o projeto de recebimento, transformação e disponibilização dos dados para consultas e análises. Ou seja, permitiu o recebimento e o processamento de dados por meio das regras de negócios estabelecidas pelo BACEN. A solução suportou o alto volume de dados com ótimo desempenho”, comemora Abreu.

Ele lembra que o novo sistema permite documentar e integrar todos os dados analisados pelo SMM, desde operações pouco comuns até a avaliação da “saúde” das Instituições Financeiras. Mais que isso, os dados passaram a ser integrados em tempo real (online) ou sob demanda, por meio de uma arquitetura orientada ao fornecimento de serviços (SOA).

De acordo com Paula, a implantação da solução deu mais segurança ao processamento de dados, ampliou o controle sobre o processo e, também, liberou os servidores utilizados no processamento para funções de análise. Hoje a plataforma disponibiliza 550 MPPs (Gerenciamento de Projetos e Processos) para análise de dados, por meio dos quais é possível cobrir 150 fluxos de negócios (Worklets).

“É muito importante ter uma visão do compromisso existente entre as instituições e também de sua saúde financeira, e hoje isto é possível por meio de uma base de dados completa e consistente que coloca o Banco Central em outro patamar e possibilita a visão de novos horizontes anteriormente não vislumbrados”, ressalta Abreu.