O mundo IP no universo empresarial, Por Antonio Pérez* - NetSeg

O mundo IP no universo empresarial, Por Antonio Pérez*

TI & Software | 2017-03-29

A internet vem modificando tudo, encontrar atualmente uma empresa que não use a Internet para executar seus processos é praticamente impossível. Quando esta forma de se conectar ao mundo surgiu, as diferentes industrias foram se adaptando aos seus benefícios, como a telefonia, o áudio, a iluminação e sobretudo a segurança eletrônica, dentre outros setores que também tiveram que se adaptar ao IP (Internet Protocol), em função das evoluções e da rentabilidade que esta tecnologia oferecia para as empresas.

No início a principal preocupação era com os custos para migração das tecnologias, especialmente na área de segurança eletrônica. Sem dúvidas as câmeras, os equipamentos de gravação e armazenamento representavam investimentos significativos para as empresas, que também tinham que assumir os custos relacionados com a infraestrutura de cabeamento, sendo este o investimento mais relevante para realizar a migração para IP.

No entanto, a indústria não ficou imune a estas preocupações e ao desenvolvimento das tecnologias que permitiram tornar a migração mais viável, por exemplo, permitindo a reutilização dos cabos coaxiais e da infraestrutura existente para a migração para IP. Estas soluções utilizam a tecnologia EoC (Ethernet over Coax - Ethernet sobre Coaxial), que de forma simples permite uma rápida implementação da migração de um sistema para IP, além de eliminar os custos adicionais com a infraestrutura.

A tecnologia EoC cobre várias soluções, desde simples extensores individuais até equipamentos muito mais sofisticados, que funcionam como verdadeiros switches de nível 2, disponibilizando Ethernet e PoE (Power over Ethernet, ou alimentação via Ethernet); estes dispositivos são capazes de transmitir os dados a 100 Mbps em full-duplex e de fornecer 30W de alimentação PoE por porta, com alcances atingindo distâncias superiores a 600 metros.

Através da associação de uma rede de switches (projetada para um objetivo específico), com a utilização dos adaptadores apropriados nas extremidades de conexão, se consegue obter o máximo desempenho da Ethernet tradicional, reutilizando a infraestrutura física existente, para que as empresas efetuem a migração para IP, sem precisar se reequipar com custos elevados.

Além disso, a tecnologia EoC permite ultrapassar obstáculos como as grandes distâncias. Neste sentido, as soluções IP baseadas nos padrões convencionais têm limitações que não permitem as conexões além de  100 metros; e para contornar esta limitação é necessária a utilização de fibras ópticas, dispositivos sem fios, ou ainda através da implantação de pontos intermediários,  instalando equipamentos de repetição a cada centena de metros. Já com a tecnologia EoC, se consegue estender a comunicação ponto a ponto para até 600 metros ou mais, sem a necessidade de adicionar nenhum equipamento intermediário.

Dentre as outras vantagens disponíveis nas tecnologias IP, está a possibilidade de monitorar os dispositivos de vídeo-vigilância à partir de qualquer local, pelas equipes de segurança. As limitações físicas não deverão portanto comprometer as inovações nas empresas, e para cada obstáculo existirá uma solução, fazendo com que as migrações para IP sejam atualmente viáveis, rápidas e duráveis, graças as soluções tais como os switches com Ethernet e PoE.

Sob a órbita da IoT

As tecnologias IP tem permitido muitas evoluções em diferentes setores, e é nesse contexto que nasceu o conceito denominado IoT (Internet das Coisas), um termo utilizado para definir a integração de dispositivos tecnológicos em nossa vida cotidiana, incluindo a forma como estes dispositivos devem operar.

Através da Internet, o mercado oferece soluções de diversos tipos, e para abordar especificamente o ambiente no mundo dos negócios, existem soluções que são aplicadas a telefonia, controle de acesso, pontos de acesso Wi-Fi, assim como a IPTV, iluminação IP, alto-falantes IP, sensores, etc. Em resumo, as empresas que não aceitarem ou que não se adaptarem ao potencial da Internet das Coisas, colocarão seus funcionários e seus negócios, em uma significativa desvantagem em relação aos seus concorrentes que evoluírem com a utilização da IoT.

Graças a Internet das Coisas os fabricantes terão uma melhor compreensão das expectativas de seus clientes e poderão criar produtos e serviços mais personalizados e preditivos. Isso irá representar uma mudança nos processos, nas empresas e na estrutura de trabalho; os dispositivos móveis e os computadores já são parte essencial deste processo, bem como a capacitação e as aplicações sobre IP, que assumem um papel mais importante neste novo paradigma.

Embora pareça simples, a Internet das Coisas demanda uma estrutura complexa e uma atenção especial para a segurança dos dados armazenados. No entanto, suas vantagens e oportunidades fazem com que estes requisitos valham a pena: adicionando eficiência, com aplicações com custos accessíveis, abrindo novas oportunidades de negócios e melhorando os processos de trabalho.

Em complemento, isto traz também a possibilidade de unificar os processos, como por exemplo a integração da segurança eletrônica ou da telefonia, nas redes IP das empresas, como forma de estender estas redes, através de redes paralelas que são gerenciadas através dos equipamentos de segurança e telefonia, sem “invadir” a rede principal, que permanece sob a responsabilidade da equipe de TI.

Por outro lado, é importante destacar que os provedores de serviços de TI e na "nuvem", deverão disponibilizar aos seus clientes opções de redes sobrepostas, permitindo utilizar as infraestruturas físicas existentes, com um elevado nível de controle, mesmo nas dependências do usuário final.

Com base nestas tecnologias, as empresas podem agora eliminar os riscos e barreiras de suas infraestruturas, sem precisar manter seus sistemas analógicos, nem se preocupar com as pressões competitivas, obtendo assim ciclos de implantação mais rápidos e o reaproveitamento dos seus ativos existentes.

Da mesma forma, a redução destes riscos e das interrupções nas operações, permitirão um melhor retorno sobre o investimento, viabilizando um sistema fácil de configurar, gerenciar e disponível para rapidamente corrigir eventuais falhas.

* Sobre o autor

Antonio Pérez é o diretor de ventas da NVT Phybridge para América Latina. Ele pode ser contatado pelo endereço email: aperez@nvt.com